Que país é esse?

Por Luiz Mário Seganfreddo Padão,
Advogado

O título deste manifesto, lembra a composição do saudoso músico Renato Russo, que idos da
década passada já questionava a corrupção que assolava o País, que segue desbravadamente
com a mudança de poucos personagens protagonistas de nossa mais recente história.

E não há mais reação, por mais graves que sejam os fatos veículados na mídia em profusão,
Dirceus, Sarneys, Genuínos, Calheiros, mensalões, Detran, etc, etc, etc, somos extasiados
pelo descaso, pela impunidade e todos os problemas minoram no curso do tempo e na
ausência absoluta de penalidades aos detratores da nação brasileira. Após, passados os anos,
escudados na inação da Pátria-mãe e de suas ferramentas, se arvoram eloqüentemente de
que não foram condenados em nenhum proceso judicial – que hoje pelo tempo de uma
contenda judicial, a condenação chegará a terceira geração dos infratores, sem resultado
prático e efetivo.

Neste contexto político atual, perdemos o que de melhor possuía o partido dos Trabalhadores,
o contraponto, a pureza anterior de quem não exercia o poder e a busca da ética antes
propugnada e por ora relevada a conchavos políticos, no afã de interesses próprios, mas
aonde fica nossa nação ? Como se omitir nos atos secretos praticados pelo Senado, às custas
do erário público ? Há algum político sagaz que possa proclamar a nossa independência deste
escárnio de corrupção que devasta o País? Que esperança nós simples mortais, meros
coadjuvantes da política brasileira podemos dar aos nossos filhos. Não podemos construir uma
nação sem pilastras éticas, nossas políticas e partidos são erigidos em castelos de areia, não
há mais conteúdo, nem direção, quiçá vislumbra-se horizontes mais aprazíveis.

Qual é a fonte de toda a corrupção política? É simplesmente a interferência de interesses
específicos na gestão dos assuntos públicos, que interfere com as necessidades coletivas, é a
sobreposição do privado sobre o público. A política é a gestão da propriedade comum e não
deve ser corrompida por qualquer agente externo, como ela é.

Será que podemos mudar este País pelo voto, se temos mais de dezesseis milhões de
analfabetos e sem educação não haverá mudanças a médio longo prazo, pois sem
conhecimento não se forma a consciência da nação. A ignorância é o maior suporte que dá azo
a mecânica corrupta que nos subtrai, dia a dia.

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